“El Madrileño” do C. Tangana é provelmente o disco que eu mais ouvi em 2021 até agora.

Entre tantas referências locais e importadas das colônias, uma das coisas que mais me surpreendeu foi o fato do C. Tangana acabar soando como Drake vários momentos do álbum, como na abertura “Demasiadas Mujeres”. A música inclusive tem aquela mudança de um timbre mais suave para um mais abrasivo que é típica de quando o Drake quer posar de durão.

Ao longo do álbum, Tangana pega outros caminhos que musicalmente são muito mais interessantes do que tudo que o Drake fez nos últimos 5 anos, é verdade. Mas letras ainda tem muito daquela vide de macho bem sucedido mas magoado, especialmente nas indiretas para Rosalía (“Y en tu forma de atarte el pelo / Con una cola, para atrás”).

Mal sabia eu que na verdade a influência é explícita, e Tangana começou a carreira gravando sobre bases do Drake:

Ainda sim, é difícil imaginar o Drake de hoje fazendo um álbum tão divertido e coração-aberto como como “El Madrileño”. Pode ser Toquinho que aparece em “Comerte Entera”, mas Tangana tem muito mais de Zeca Pagodinho:

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