90) “Carnaval”
Nação Zumbi
É estranho que só agora, quase 15 anos depois da sua revolução, a Nação faça uma música como “Carnaval”. A melhor faixa de “Fome De Tudo” é uma reimaginação do começo da fase elétrica de Jorge Ben, com o suíngue da guitarra de Lúcio Maia sambando com os tambores característicos do grupo. Destaque ainda para o refrão poderoso e para o arranjo eficiente com direito a um naipe de metais, solução pouco usada pela banda.
89) “Either way”
The Twang
Em nenhum momento da história recente da música britânica uma banda tinha conseguido soar tão britpop. Uma canção de amor assobiável, com refrão emocionante, orquestrações pomposas e aquela produção impecável que se fazia lá em 1995. Noel Gallagher devia checar seus arquivos para ver se nada foi roubado.

88) “Beautiful life”
Gui Boratto
Como a bela capa de seu disco de estréia, o produtor brasileiro Gui Boratto sabe congregar como poucos as várias cores da eletrônica atual E nessa faixa, há espaço para todas elas. House, ambient, techno, minimal, electro…tudo em uma única canção, que não traz a palavra ‘beautiful’ no nome por acaso.

87) “Mansard roof”
Vampire Weekend

A esta hora de 2008, o Vampire Weekend para alguns pode ser até notícia velha, mas essa canção sozinha garante todo frescor da novidade. Parte vinda de audições repetidas de “Frankly, Mr. Shankly” dos Smiths, parte do incoscinete coletivo alterado pelo sucesso de “Graceland” do Paul Simon, essa canção é pop perfeito e inventivo pronto para ser consumido por ouvidos mais espertos.

86) “Roc boys (and the winner is)”
Jay-Z
Marketing cruzado disfarçado de livre inspiração, “American Gangster”, o disco, mostrou Jay-Z encarnando seu próprio mito, construído rima sobre rima desde “Reasonable Doubt”. Marcado por um sensacional riff de corneta, o primeiro single mostra Jay cantando sobre ser um gângster, vender drogas e pagar bebidas para os manos e para minas. A mesma velha história, agora em película num multiplex perto de você.

85) “Fear of sleep”
The Magic Numbers
Depois de um disco menos impactante que o delicioso álbum de estréia, o Magic Numbers voltou a encantar no EP “Undecided”, que trazia duas inéditas, “The shootter” e essa “Fear of sleep”. Apesar de já terem flertado com os Smiths nas duas primeiras faixas de “Those The Brokes”, aqui os Magic Numbers levam Morrissey e Marr para um passeio no blues, estilo que a banda já havia experimentado em “The mule” do disco de estréia. Romeo Stodart já disse que o terceiro álbum dos Numbers será seu disco clássico. E ele deve estar certo.

84) “2 hearts (The Twelves remix)”
Kylie Minogue
A original é uma irritante tentativa de Kylie soar como uma quarentona-sexy cantando um jazz-pop da pior qualidade. Pense naquela da Christina Aguilera, “Ain’t no other man”, sem a metaleira deliciosa. Booooring. Daí surgem dois produtores de Niterói (RJ) e esquentam a mistura com doses fartas de Daft Punk. Pronto, Kylie já tem sua nova “Can’t get you out of my read”.

83) “You got it all…wrong!” MP3
The Hives
Ninguém pode culpar o Hives por não ter tentado. “The Black And White Album” até se esforça para ser algo mais complexo e desafiador, mas os suecos funcionam mesmo tocando seu pretty-dumb-but-amazing-rock-n-roll como vêm fazendo desde “Veni Vidi Vicious”.

82) “Ruby”
Kaiser Chiefs
Tão estúpida quanto todo resto da produção do Kaiser Chiefs, “Ruby” é aquele tipo de música que você ouve e só acha “boazinha”. Daí o maldito refrão idiota (“Ahh Ruby, Ruby, Ruby, Rubeeeee! Ahhhhhhh! Ah D-d-do ya?”) gruda na sua cabeça e você se pega cantado isso no metrô, escovando os dentes, ouvindo outra música, dormindo…um horror. Nesse caso um horror legal chupado direto dos últimos discos do Morrissey.

81) “A paw in my face”
The Field
“Minimalism describes movements in various forms of art and design, especially visual art and music, where the work is stripped down to its most fundamental features”, é o que diz a Wikipédia. O The Field funciona mais ou menos como o que está descrito. As batidas são cirurgicamente escolhidas e repetidas sobre a discreta cama de sintetizadores, tudo com variações tão sutis que parece não ser a música que mudou de andamento, foi você que se mexeu. Extremamente simples, extraordinariamente efetivo.

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