Começa aqui a maratona (10 posts!) que te leverá através das minhas música preferidas de 2007. Tentei tornar essa lista o mais exuta possível, mas (in)(felizmente) não deu. O ano passado foi um dos melhores anos para música, e essas 101 MP3s que você poderá baixar (mas não conta para ninguém) só confirmam isso.
Na lista, há um pouco de tudo e mostrando como 2007 foi um ano de exploração nos lugares musicais mais diversos. Indo do samba tropicalista da Orquestra Imperial ao indie rock com afro-beat do Vampire Weekend, passando pelo funk carioca curitibano do Bonde do Rolê e o funk carioca senegalês da M.I.A., para então chegar nas melodias perfeitas do Wilco e na eletrônica que é mais rock n’ roll que todo rock n’ roll de hoje do LCD Soundsystem. Muitas são preferidas de todos, mas há também espaço para escolhas realmente pessoais, como vocês vão perceber.
ficaligado

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101) “The heart gently weeps”
Wu-Tang Clan feat. Erykah Badu, Dhani Harrisson & John Frusciante
Só por ter sido a primeira música a usar legalmente um sample de Beatles, – na verdade, uns trechos da melodia de “While my guitar gently weeps” tocada por Frusciante e Dhani – essa colaboração já merecia ter entrado na lista, mas o primeiro single de “8 Diagrams”, quinto disco do clã, é um delicioso rap na linha do A Tribe Called Quest, alternando o clima doce dos colaborares com a soturna a letra sobre vários assissinatos. Destaque para produção impecável do RZA.
100) “Gimme more (Lil Wayne remix)”
Britney Spears
A bitch original voltou mais bitch que nunca. Quer dizer, ela não voltou. Na verdade, quem voltou foram os produtores dela. E já que todo “Blackout” foi só isso – várias batidas milimetricamente escolhidas com um gemidos da Bitchney por cima – o rapper mais idiossincrático dos EUA resolveu “terminar a foda” colando uma letra por cima e transformando o quase-fiasco (ou fiasco completo, se você viu o VMA) num pancadão sexy perfeito para pista.
99) “Dying is fine”
Ra Ra Riot
Para os que gostam de humor negro e boa música, é só olhar o título. “Dying is fine” foi lançada alguns meses depois do baterista original do sexteto americano ser encontrado morto em situações desconhecidas. Já quem achou o cometário de péssimo gosto, também vai adorar a música. Soa como se o Arcade Fire preferisse os Smiths ao Echo & the Bunnymen.
98) “Hot Knives”
Bright Eyes
Mesmo que “Magic” do Bruce Springsteen tenha ganhado de lavada de “Cassadaga”, último disco do Bright Eyes, é de Conor Oberst a melhor música que o Boss não fez em 2007. Refrão poderoso, imaginário católico na letra e aquele clima que só um hino do Springsteen com E Street Band carrega. Como bônus, a voz sempre amargurada – e por isso emocionante – de Oberst.
97) “Dashboard”
Modest Mouse
Quando foi anunciado que Johnny Marr tocaria em todas as faixas de “We Were Dead Before The Ship Even Sunk”, eu fiquei a me perguntar se daria certo. O Modest Mouse sempre foi uma banda com uma identidade bem forte (construída com algumas apropriações de Pixies e Pavement, diga-se) e Johnny Marr é fácil um dos músicos mais singulares em seu jeito de tocar. Em disco realmente naõ deu tão certo (“We Were Dead…” é só bonzinho), mas no single de estréia a simbiose é total: a jangle guitar característica de Marr conduz a faixa cheia das bizarrices costumeiras do Modest Mouse e do vocal esganiçado de Isacc Brook.
96) “The pretender”
Foo Fighters
Não importa o quão bom ou ruim for o novo disco do Foo Fighters (e o “Echoes…” foi só regular), o primeiro single sempre vai ser matador. Pense “Exausted”, “Monkey wrench”, “Learn to fly”, “All my life”, “Best of you” e agora “The pretender”. Mais uma porrada digna da história dos Foos.
95) “Refúgio”
Ludov
Enquanto o mundo gira rápido ao encontro da mais nova melhor banda do mundo, o Ludov continua indiferente fazendo a própria música do jeito que quer e sendo feliz assim. Já distante do pesado posto de banda “para estourar”, os paulistanos fizeram mais um disco do melhor power pop produzido em terras nacionais. E sétima faixa do “Disco Paralelo”, eles alcançam mais uma vez a perfeição. Power como “Kriptonita”e pop como “Princesa”. Adorável como ambas.
94) “Delivery”
Babyshambles
Então, é isso? Pete Doherty voltou a fazer música? “Shotter’s Nation” pode não ter conseguido honrar o catálogo passado dos Libertines, mas nesse single Pete nos fez lembrar por ele era tão legal há uns 5 anos atrás. Um semi-épico de refrão grudento (e letra intelegível para quem nunca foi namorado da Kate Moss) que soa como uma versão bem acabada do fracasso “Fuck forever”.
93) “Canção que não morre no ar”
China
Praieiro, praieiro, o single escolhido para puxar o segundo disco do músico pernambucano China é uma canção de amor com uma das letras mais simples e bonitas do rock brasileiro em 2007. Sobre uma batida fuleira de violão (algo como Jack Johnson com sambinha) pontuada por um ondulado arranjo de cordas, a voz de China aparece doce e discretamente ensolarada. Se o mundo fosse justo, viraria hit nos luais do litoral brasileiro.
92) “Somewhere between waking and sleeping”
Air feat. Neil Hannon
Essa é uma daquelas idéias geniais que ninguém teve. O eterno casanova do pop britânico soltando o vozeirão em cima de uma canção de ninar sexy da banda mais sexy do mundo. Para dormir. Ou não?
91) “Backed out on the…” MP3
Kevin Drew (Broken Social Scene Presents)
Para entender muito do feeling dessa faixa e do disco ‘solo’ de Kevin Dew é mais fácil ver o clipe, gravado minutos antes de um show. No vídeo, toda galera da Arts & Crafts (e agregados) está reunida sob o comando de Drew para um versão ao vivo da música, contando com a participação mais do que especial do eterno J Mascis (do Dinousar Jr.). Todo mundo feliz, comemorando a alegria de ter amigos e te ter ajudado um deles a gravar seu disco. Mais Broken Social Scene impossível.

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